Ouvi promessas, promessas de um dia distante, de uma vida feliz, ouvi promessas, que calam os instantes e eternizam flores sob a diretriz, testemunhei os rastros, as histórias deixadas para trás, a aliança que coloriu o céu e prometeu a eternidade, testemunhei o palpitar constante, que abrange, para que arranque os contos errantes e reconstrua meu coração. Promessas de uma nova vida, para uma nova vida, promessas de um tempo futuro, mas tão presente que grita, e no altar dançou o juramento, uma união, um casamento, hoje ainda verá as flores se despetalarem, mas o amanhã promete a liberdade, e esta promessa enraizou-se no solo da alma, para vingar e brotar em minha casa. Parece distante, pois neste instante não se encontra paz, neste lugar não existem promessas, porém quem percebe que onde pode se encontrar habita nos olhos e não no externo?

Dentro, interno, casulo, calar as vozes, calar o mundo, e para conseguir enxergar as estrelas é preciso desligar o planeta, apagar a confusão, aquietar o coração, que as promessas serão feitas, assim como foram feitas a Abraão, se tudo enxergar, tudo será seu, dia a dia, de tempo em tempo, construindo um império longe da dor e do lamento, nos abraços do Anjo, no colo dos céus, protegida pelo cântico que proclama e rasga o véu. Neste momento é difícil perceber, mas se crer tudo será palpável, tão claro quanto ser, pois será, e poderá enxergar, até o ponteiro cessar e transpor para as promessas que foram feitas hoje se concretizarem no amanhecer.

Por Luiza