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Rasgar o véu

Uma vida de total aparência
Jogada as traças por um fio
Por que se jogou nesse mundo?
E vive ao relento do frio

Vida desregrada, jogada ao chão
Por que se autossabotou
Se apartando de sua razão
Ferindo assim seu coração?

Será que não entendeu algum ponto
E não conseguiu mais caminhar?
Não vejo mais suas forças
Perdeu até aquele brilho no olhar

Não vejo mais tua simplicidade
Ela se apartou do seu coração
Vejo sorrisos para todos os cantos
Mas em seu leito, sozinho, chora o amargo da solidão

Por que fizeste isto contigo?
Faça como a história de Jó
Se arrependa no pó e nas cinzas
Que desatará todos estes nós

Veja onde foi que caiu
Levante-se e volte a caminhar
Pois o arrependimento verdadeiro
Começa quando enxerga onde está a tropeçar

Seja como o filho pródigo
Que se arrependeu de coração
Desejou saciar-se com as bolotas dos porcos
E viu os servos de seu pai degustando do pão

Só assim para alcançar favor
Do Altíssimo Senhor lá dos céus
Só Ele pode te ouvir, clame a Ele
E rasgue de fato este véu

Por Ítalo Reis