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Sem palavras!

Ao mesmo tempo que há muito para dizer, não há! Não por não haverem palavras à serem ditas, mas por constatar que falar na maioria das vezes, serão só “palavras jogadas ao vento” que como folhas secas se espalham, mas não causam nenhum efeito. Talvez seja por querermos ver no outro o efeito que não encontramos em nós mesmos! As palavras soam fácil quando o coração do outro está em pauta, em contrapartida nos calamos quando a pauta é o nosso próprio coração. Não, não nos acusamos, jamais! E embora o som de nossas vozes não ressoe retumbante, em nosso interior ela grita: em negativa, na defensiva, atestando claramente que o eu a quem tanto desejamos a morte, continua vivo! O que tanto pregamos não é visto em nós, haja visto que as palavras proferidas por nossas bocas não fazem jus aos atos. Analisamos as consciências, embora a nossa própria esteja fora do divã! É como se já estivéssemos prontos, uma obra acabada, porém meio às avessas.

Ah, palavras! A correção sai em torrentes de nossas bocas, mas do outro. É como se a espada de dois gumes nos penetrasse, mas não sentimos o ferimento o suficiente para alcançarmos a cura. Então, não há palavras quando o que se espera são ações. Elas, as palavras, se tornam apenas palavras, um amontoado de sons que sem aplicação, soam desconexas. Melhor então recorrer ao silêncio, sem palavras!

Por Lo Xavier

Tema sugerido por Régis Roberto