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Volitivo

Na ponta dos dedos, ação não contida, livre, desejou e alçou voo, diferente de tudo o que já experimentou, o querer enlaçado com o ensejo, tão vivo como nunca foi, uma alma em sua mais perfeita veracidade, transparente no riso, no olhar, na fala, é o que deseja, e foi o que tivera. Essa mistura se houver vida é espetacular, o que falta para ser perfeito, ações volitivas ao precipício nada trará de bom, mas se aliadas com a clareza da manhã eleva o ventre e gera novo dia, não é tão difícil quanto parece, o que falta é a determinação, ações impensadas e inconsequentes não dizem nada, mas aquelas que vem do coração é o que planta a semente, é preciso muito mais do que poucos atos jogados ao vento. Nunca chegará ao pico, se não escalar a montanha, nunca conhecerá o abissal, se não mergulhar no oceano, nunca alcançará seu eu mais verdadeiro, se não saber suas intenções, quais atos geram suas emoções, e quais escolhas estão suas esperanças? É preciso muito mais de si para alcançar os céus, é preciso saber onde está, o que quer e onde pisa, é necessário muito mais de si para entender-se, e não enganar-se, o espelho não mente o que reflete.

Desconfie das loucuras que rodeiam sua mente, volição pode prejudicar o coração, encontre na vida atos volitivos, solte-se do que é volúvel, não se deixe pelos vãos, esqueça as ilusões, e concentre-se em sua imensidão, há muito mais para ver se as decisões vierem com sabedoria, elas alimentam o caminho e desenham uma bela sina, seu esboço é claro como o raiar da manhã, e certeza vive como companhia. Não deixar-se ao léu, és muito mais do que frases tristes no papel, rasgue sua assimetria com o céu, e apenas assim, depois de transpassar o véu, tocará o pico, o arranha-céu, pois passara pelo deserto e contornou novos traços com pincel.

Por Luiza Campos

Tema sugerido por Zeca