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Zelar-se pelo próprio bem

Aquietar as vozes confusas, debruçar-se dentro de seu casulo, aguardar as noites caírem e os dias passarem, zelar-se por si, para si, não enlouquecer com seus próprios devaneios, anseios, de querer e querer e nada ter. Isso não deveria ser uma questão, mas quem zela pelo próprio coração? A deriva, em ruína, acostumou-se com essa situação, e o bem de quem reflete amarga o fel de seu descuido. Zelarei por mim e mais ninguém, cuidar de minh’alma, pelo meu próprio bem, calar os gritos vazios, abraçar-me com cuidado e longe do perigo, longe da beira, em solo firme, não mais areia, e a calamidade que um dia fora, não me encontrará mais, nem na terra e nem no céu, para as dores não terei mais tez, apenas me apresentarei para aqueles que também me cuidam. Terei casa para a paz, quarto para a alegria e recepcionarei a temperança, serei abrigo, para ter abrigo em suas asas, quem cuidaria de ti se não você mesmo?

Esperar um colo pode cansar, e muitas vezes esperam demasiado, e acabam assim, solitários, sem nada, parado, calado, enfadado, com a liberdade tomada por seu caminho errado, não é assim que se cuida e se preza. Neste mundo sou forasteira, até o fim, estarei de passagem, e quando tudo acabar, apenas eu não acabarei, e a mim, terei, se com zelo me cuidei pela vida serei cuidada, e pela eternidade a terei, o que precisamos é apenas fechar as portas para o mal, que o resto floresce em nosso campo, florindo nossos risos e colorindo o que era pranto, apenas assim, nos cuidamos, ao lado do celeste, ao lado do anjo, que nos guia e nos transforma em um novo canto.

Por Luiza

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