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A partilha dos puros

Um todo dividido, e cada parte não se parte, se soma, porém, depende da busca, do valor, da importância que cada um deseja e se empenha à conquistar. Não há diferenciação na partilha, mas cada um é que toma para si a sua parte, que se dedica em adquirir a riqueza sabedoria, um tesouro que não está escondido, porém a escondem atrás do encanto, e que só depende de cada caçador ao tesouro abrir o seu baú coração para deixa-la reluzir, assim como as pedras preciosas. Todos possuem uma pequena porção do brilho do céu, mas o ofuscam atrás da cortina efêmera, parece esconderem suas candeias de si mesmos, a que ponto se chega quando se instala o engano? Não se trata de um testamento de morte, mas um testamento de vida, onde a partilha é recebida assim que nasce na eternidade.

E ao torcer o pó, escorre a última gota de carmim, e é quando se recebe a partilha eterna, antes disso seus pés se encaminham ao Getsêmani para que se extraia o puro de si, até que não sobre nem um mísero átomo porque esta carga se torna o peso da morte. Há de esvanecer qualquer vestígio de impureza na alma, apagando de si o pó, assim como se apagam as cores de um retrato velho, para tornar-se participante da partilha de Deus. Quanto aos rubis, as esmeraldas e o ouro, deixou para os pobres, os pobres de espírito, os quais valorizam as pedras e os metais e desprezam a preciosa vida, e qual a importância que a consciência passa a ter sem ela, sendo que é a consciência que dá valor a todas as coisas? Qual o valor que a consciência tem sem o tesouro da vida? Sem vida nada suporta, sem a consciência nada importa.

Por Patrícia Campos 🌺