Adornando os pensamentos e moldando o mundo, aliança entre o espelho e o artista, entre as águas e seu todo, em uma diretriz que assusta, a poetisa presa nos contos rasos e a eternidade clamando seu nome, pule nos versos, diz, pule no fantástico, diz, e quanto mais sussurra, mais assemelha-se ao que lhe é palpável. Enquanto o poeta vive nos pensamentos, o mundo gira em torno do pincel que o colore, ganha vida, pois dá vida, as rimas admiram, enquanto quem cria vive em poesia, como se tudo lhe rodeasse, apresentando-se um campo coberto de flores, belo, casto, e leve, tão leve como as mais vivas cores. Presenteou luz para semente, criara firmamento para que lhe sustente, e quando sol vingou nas pétalas, e os olhos desabrocharam, notou-o, fora seu primeiro contato com quem é, deu para notar que as feições de quem a moldou transformaram-se em alegria, involuntariamente assim sorriu também, se é que flores pudessem rir, mas sentiu sua mente rodopiar, e parecera que por poucos instantes entendera a imensidão de se libertar.
Flor poeta, na tela de um grande pintor, as vozes se mesclaram em um único som, viu-se nela, e ela por sua vez, viu-se nele, a menina dos olhos, sendo a vida que a observa, livre por todo canto, um suspiro de encanto, compreensão por serem um, estrela e seu combustível, não cessará enquanto houver faísca, pois o poeta se encontra no artista. Não posso dizer que seja fábula, pois certamente não é, sua veracidade encontra-se em seu coração, a diferença é que está submersa em maré, amor de almas não posso dizer, pois é uma alma para um ser, sendo completude ao darem as mãos, pois são brisa e vento, ponteiros e tempo, laços e união, acordes e tom, simples assim, a poetisa e o artesão.
Por Luiza Campos
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