Por vezes buscamos refúgio em coisas que não curam julgando aliviar nossa dor, a questão é que o que dói é a alma e não há o que a cure senão a verdade. Não a verdade que queremos ouvir porque esta não é a verdade, mas sim a verdade do que se é. É difícil e doloroso ver o que somos, então fugimos de nós, porém onde quer que estejamos a verdade do que somos sempre nos acompanha. Então às vezes num copo julgamos fugir de nós, ou então em algo que aparentemente supra a falsa ideia de sermos bons, mas quando cai a noite o nosso espelho fica à deriva e a dor se renova porque a consciência não dorme, então o que se vê vem à tona, emergi como fogos de artifícios e tudo que se é se mostra. A dor pode ser camuflada, vem disfarçada em sorriso, mas o peito se afoga no mar, quando não, cruza com o precipício. Maquiamos nossas dores enfeitamos falsos amores, fingimos caminhos de flores e suas pétalas não possuem cores. O raciocínio nos faz prevenir muitas dores e se usarmos dele não precisaremos nos remediar.
A compreensão alivia nossa dor porque com ela conseguimos trabalhar de forma racional a nossa cura. Só há uma maneira de aliviar-se da dor, que é buscando a própria cura. Não há medidor da dor, de quem a sente mais ou menos, mas cada um sabe a dor que sente e o poder de deixar senti-la está em nossas mãos, porque somos nós que decidimos o que pode ou não nos causar dor e se há algo que sabemos que nos machuca o mais sábio é nos afastarmos daquilo que nos faz sofrer.
Por Patrícia Campos
Tema sugerido por Luiz