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Análise de suas próprias feridas

Fazendo um estudo detalhado sobre a minha consciência deparei-me com as minhas próprias feridas, e que em profunda reflexão por um instante me vi frente a frente com a minha criança interna, frágil e imatura que por vezes sorriu com a simplicidade, e que também outrora chorou com medo do desconhecido, por vezes me entristeci contando as inúmeras cicatrizes de minhas próprias falhas, mas também senti a força divina me amadurecendo ao mesmo tempo em que a minha alma sangrava, o desespero de arrancar de minhas raízes tudo que ao longo da vida em mim plantei me trouxe uma nova esperança de vida onde a partir de então morreria para o meu eu de antes, e que com o passar dos tempos em minha alma brotaria um rebento que jorra a pura sabedoria divina.

Compreendi que analisar a si mesmo é uma tarefa quase que impossível para quem só vê o superficial, porém quem pratica em si a constante evolução do ser espiritual discerne até a intenção do coração, por tanto deixar fluir o natural é a paisagem mais clara que a janela da alma pode contemplar, porque vê o invisível, é como mergulhar em águas profundas sem medo de se afogar, pois a confiança faz com que a alma se entregue a correnteza que deságua no mar de verdades, pois viver de certezas é se encontrar nos detalhes mais simples que a vida nos dá. Ter a percepção da razão de existir amplia a visão e a partir de então damos o devido valor aquele que desceu do céu para nos salvar e compreendemos que a análise das próprias feridas realmente nos ensina que mesmo com cicatrizes é possível continuar a caminhar, e percebemos que se não sentirmos a dor da cura é impossível cruzar a linha de chegada, e se de fato não sentirmos o suor das batalhas a derramar é impossível sentir o prazer da vitória, e isto prova que sem sacrifício vivo também não há ganhos, porque desligar-se deste mundo é a única ação que fará a nossa alma transpor de planos.

Por Milena Gomes

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