Muitas são as palavras jogadas ao vento que não valem de nada por não haver a verdadeira prática, e assim as palavras correm por entre as cidades, becos e avenidas querendo construir o insustentável, pois querer edificar o seu próximo não estando firmado é a mesma coisa de estar caído ao chão e querer levantar alguém com suas mãos. Primeiro devo me retificar, me refazer, me libertar de tudo desse mundo para depois eu poder proclamar a verdade aos corações, pois do que adianta querer levar a cura aos corações estando enfermo, doente? Do que adianta argumentar e querer ser o dono da razão se os meus pés caminham na contramão? O primeiro sermão deve ser dado a mim mesmo, e não a quem não conhece, quem deve ser ferido pelas próprias palavras ditas sou eu mesmo, para que de dentro brote a esperança de um novo porvir. Eu digo que é muito fácil alguém julgar o próximo e coloca-lo no banco dos réus do que espelhar a si mesmo e repugnar os seus atos e corrigi-los diante Daquele que todos prestarão conta, o qual é Deus. Ninguém é justificado pelo o que sai da sua boca, mas sim pelo o que carrega em seu coração, pois Deus conhece cada íntimo, Ele quem sonda cada coração, pois o exemplo de conduta arrasta multidões, agora palavras sem vivência condena o próprio coração. Por isto é melhor calar-me e me analisar verdadeiramente e entender o estágio em que me encontro, para não me perder em meus próprios devaneios e achar que estou dentro, pois me enganar é derrubar toda obra que construí e colocar tudo a perder. Abaixar a cabeça diante de Deus é um sinal de respeito, e isto que Ele espera de um coração puro, contrito, que realmente quer realizar a Sua vontade.
Ao contrário disso quem é soberbo sempre achará que está na razão, e jamais ouve o conselho dos simples, por ele sempre se achar superior aos outros, e que favor ele ganhará diante disso? Igual quem age com maledicência quer expor os outros diante os seus erros, mas na hora de estar diante do tribunal não quer se exposto pelos seus feitos, daí fica aquela velha justificativa em cima dos outros. Não adianta querer colocar o fardo nas costas dos outros e não carregar o seu próprio, não adianta falar do amor, se não sente o que o seu próximo sente, não adianta falar da vida estando indo atrás da morte, o que deve ser feito é assumir as responsabilidades dos nossos feitos, pois dentro do propósito de Deus é lei e ele não funciona pela sorte.
Por Ítalo Reis
Tema sugerido pela Jeane