Olhe para o campo, como ele dança conforme o vento, olhe para o céu, como vivem os firmamentos, veja os pássaros, como são livres há todo momento, sinta o mar, como ele brinca no tempo. Entregue-se ao sentir, ao sentimento, de poder, de viver, de estar, de alcançar, entregue-se ao que é, ao que vê, ao que tem, e neste momento e em todos os outros, o que carregamos é vida, em nossas veias, em nossos olhos, em nosso corpo, ao nosso redor, o que vemos, sentimos, é vida. Quão belo és tudo, mesmo que seja esquecido, sempre haverá nos dias sua assinatura, sua lembrança, mesmo que cegos, não há como negar sua presença tão marcante, dança nos vales, nos sorrisos, abraça e busca um colo quente. Mais belo do que entender tudo isto, é agir conforme o verbo espera que o faça, mais belo do que ter o que nos move, é ser o que nos eterniza, mas a vida tornou-se figurante e belo seria se fosse protagonista, corre solta pelas cenas vivas, chama atenção mesmo quieta, singela, grandiosa, eterna.

Não é algo irreal, é tão palpável quanto ser carnal, no campo que denominamos racional, ele é vasto e sua forma é transcendental, construtivo, um reino vivo, se expande enquanto o estuda, lhe mostra a imensidão que és, que o céu é a casa da maré, que no infinito as águas se encontram com a fé, e as palavras lavam seus pés. Viva, que entenderá a sensação, voar em silêncio, longe de toda confusão e mal discernimento, transpondo o espaço tempo, encontrando-se com seu eu mais verdadeiro, simetria da alma, seu companheiro, anjo celeste, o vindo dos céus, casto, vasto, puro. Sinta cada parte deste processo, metamorfose para a liberdade, e bem-vindo ao lado mais profundo de si, bem-vindo a clareza da manhã, bem-vindo a vida, bem-vindo, e que venha e seja para sempre vida.

Por Luiza

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