O céu e a terra andam juntos, em uma continuação que quase se tocam no infinito, como céu e mar, um equilíbrio, mesmo que possa ser doloroso para aqueles que assim o fizerem, pois entre a linha tênue entre a vida e a morte, acolhem-se nos abraços do fim. Não sei se gostam do olhar noturno ou da falsa luz da lua, mas entre o dia e a noite se alojam nas estrelas, uma luminescência tão difusa que não se toca, mas preferem observar do que viver. Ao lado vive, o que quer que seja, há vida, e se há, ela paira, no solo, nos céus, na brisa, ela se intensifica, e vivifica, ao lado do abismo, mas tão longe de tudo, esperando alguém se achegar, mas quem manifesta o Espírito? O céu e o vazio andam juntos, o céu se expande e o vazio consome, mas no fim, o começo e o fim são sempre aliados, opostos, mas necessários, e se entendem, só não entendem as almas, que andam no meio fio, e quando percebem são engolidos pelo vazio. A escuridão e a luz, quebradas ao meio, e quando o dia raiou, ansiaram o tempo passageiro, que logo passou, os céus não entenderam o porquê, mas continuou fluindo, o arco-íris só pode florescer, se os rastros contarem outro caminho.
A eternidade é paralela, mas em algum momento se perde entre si, quem cai do despenhadeiro, nunca mais pode porvir, como uma canção sombria, quieta e faminta, que aos poucos esquece o tom e sua voz desafina, com um fim tão triste, o começo de uma sina, tomou a eternidade errada, e encontrou-se em ruína. Entretanto, logo ao lado há luz, a mais pura sabedoria, mas carrega a tristeza de ser esquecida, enxerga todos os dias as almas perdidas, e não há nada que possa fazer para resgata-las desta profecia.
Por Luiza Campos
Tema sugerido por Arthur