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Carmesim em gotas

Rastros de gotas da dor, marcaram o solo do coração, solo da nota perdida, solo tocada ao chão. O tempo que tem asas, as flores sem pétalas, um gineceu triste entre carpelos solitários, porque ficaste nua? Dantes o carmesim mostrava sua vivacidade, sua cor, seu brilho toda a beleza em uma humilde beldade, um sorriso verdadeiro, e o estender das mãos com veracidade, um olhar tão sincero e em seus braços a simplicidade. Porque se perdeu da pureza, e porque nunca mais a procurou? Seus valores e suas riquezas em papel e metais encontrou, tentou adornar-se com brilhos, os quais não remetem a vida, brincou e dançou com o perigo e agora só se angustia. Um carmesim em gotas, seu mar em sangue escorreu, o amor em um conta gotas não houve quem o bebeu. Um jardim sem alegria, onde as cores se despediram, um prisioneiro sem alforria, e os grilhões entre os pés invadiram. Onde se encontrará um lugar para florescer, nesta terra úmida das águas do mar aguardando pelo sol nascer, para que talvez seque estas águas e as molhe com as águas da temperança, uma chuva serôdia lhe recaia e adoce a sua criança, a qual ficou por tanto tempo esquecida sem nenhuma lembrança, e só será reconhecida se ainda houver esperança. Que se espalhe o carmesim em gotas pela mortificação do que é fugaz, um dia tudo isto acaba e neste dia a vida se vai, e àquele que não se ater a sabedoria e guardá-la no coração terás uma eterna agonia causada pela própria ilusão.

Por Patrícia Campos