Sua força aprisionada fez com que sua perseverança no conhecimento da vida fosse restrita a este mundo carnal. Sua curiosidade sobre a existência foi bloqueada por muralhas que diziam ser para protegê-la. Sua ingenuidade fez com que sua sede de conhecimento diminuísse, e, sem buscar o que havia além do muro, seu mundo tornou-se uma esfera oca e escura. Não conheceu o eterno e tentou ser feliz com o efêmero, mas, ciente do seu fim, seu sorriso nunca foi verdadeiro. Viveu ao lado da vida sem conhecê-la, e sua parceira foi a morte certeira. Sua consciência amadureceu bela e formosa por fora, mas, em seu interior, não havia suculência nem sustância. Um fruto que deveria ser perfeito por inteiro aperfeiçoou-se onde não havia importância.
De sua função fez uma abominação, deixou de ser útil e ainda manchou o nome de Deus. Ao se deparar com o fim da linha, percebeu estar sozinho. Olhou para trás e viu que tudo o que buscou já não existia. Seus conhecimentos não lhe serviam mais para nada, sua riqueza não impediria sua partida, e suas ligações seriam cortadas em um piscar de olhos.Todos os dias essa cena se repete, alguém questiona sobre a vida e ninguém tem a resposta. Não busca por si mesmo e se torna apenas mais um, sem conhecê-la. A morte grita em cada esquina, e seus ouvidos a escutam a todo momento, mas sua curiosidade se volta apenas para as desgraças do mundo, sentindo-se aliviado por não ser você o protagonista delas, no entanto, em nenhum momento se questiona sobre o que irá acontecer consigo, agradece por estar vivo, mas foge da vida, a verdade o procura, mas você se esconde. Envergonhado de sua realidade, acredita na falsidade, vangloriando-se de uma vitória que, na verdade, é derrota. Mais uma vez, a vida chama sua atenção, e, mais uma vez, você a ignora, fez falta do espírito, e com o vazio se encontrará, sabendo que foi avisado, mas deixando a vida escapar por entre os braços.
Por Luiz
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