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Ler e reler

O dom sem a inspiração passa ser simbólico, fica sem tino, não soa como os passarinhos, afinados, felizes. Quando olho aqui dentro vejo muito espaço vazio, preciso me completar, não de coisas fúteis, estas, na real, tenho que jogar fora, estão entulhadas, preciso deixar que me complete, porque a alma só transborda a verdade quando se faz simetria com o que é eterno. Sinceramente me anda faltando palavras, não quero falar o que querem ouvir, quero falar o que é certo, que nem sempre é o que sinto, por isso estou tão quieta, meias palavras não me completam, nem a mim, nem a ninguém. Estou cansada da minha voz, estou cansada, mas continuo seguindo a estrada da vida. Até para ficar quieta precisa pagar uma pena, talvez não me respeitam porque eu não me dou o respeito, só sei que eu preciso deste tempo para me resolver aqui dentro. Desculpas não se tira a culpa, mas esta é só minha e sou eu que tenho que pagar. A gente só recebe aquilo que temos para dar, preciso me rever, me ler e reler várias vezes, para entender o que preciso fazer, mesmo que meus passos sejam muito lentos sou eu quem os dou, eu vejo tudo o que faço, não consinto com tudo, mas não ando pelos olhos de ninguém. Isso não é tudo, mas é o que tenho para hoje.

Por Patrícia Campos