Eu não quero saber o que você tem dentro da tua consciência, mas quero falar da tua consciência, o que ela pensa, quais são as intenções dela e o que ela vê da razão da vida. Me fale da tua consciência, não da carne e nem do espírito, mas da tua consciência, quais as pretensões dela para o futuro. Desliga a tua consciência de tudo e me fale dela como produto da criação humana, o que realmente a tua consciência quer para ela, não para tua carne e nem para o teu espírito, mas eu quero saber o que a tua consciência quer para ela, o que satisfaz a tua consciência. Quais os sentimentos da tua consciência, não os sentimentos da carne ou do espírito, mas os sentimentos da tua consciência. Eu quero a paz, o amor, a compreensão e o fim das dores, quero me livrar de tudo que me atormenta, quero ser simples, objetivo, claro e compreensivo, quero ser uma mão e não um empurrão, quero ajudar e não atrapalhar. Eu não sou hipócrita, mas verdadeiro, pode confiar que eu não sou traiçoeiro, eu confio em quem confia em mim. Fala-me agora um pouco da tua consciência, como ela é de verdade, não minta para você mesma, exponha as tuas verdades, fale como se estivesse falando consigo mesma, não tenha vergonha dos teus defeitos, se identifique de verdade pela tua consciência. Vamos nos conhecer, vamos abrir as nossas portas e visitar as nossas casas, você entrar na minha e eu entrar na sua. Eu quero ver o seu quarto, a sua cama quando deita nela e o que pensa debaixo das cobertas.
Quero entrar na sua cozinha e ver os alimentos que você gosta, o que você tem comido nesses últimos dias, quero ver como você prepara os seus alimentos, quais são as suas receitas e o que costuma comer na sobremesa. Eu preparo os meus alimentos todos os dias e ainda divido com os meus irmãos, tenho arroz com feijão, frango com batata e também tem as feijoadas. Todos conhecem a minha casa, pois eu sempre deixo as portas abertas para quem quiser entrar, a minha casa foi edificada sobre a rocha, foi adornada pela sabedoria, as minhas vestes são brancas, sim, brancas como a neve. O meu lagar salpicou as minhas vestes de sangue, eu pisei sozinho em meu lagar, a minha consciência é plenamente satisfeita, não tenho nada que fere a minha dignidade. Não tenho o menor compromisso com ninguém deste mundo, mas o meu único compromisso é com o Senhor que criou todas as coisas. Vamos voltar ao assunto e me fale agora da tua consciência, ela tem alguma afinidade com a minha ou é totalmente oposta? O que você quer está neste mundo ou está no reino de Deus, mas seja sincera consigo mesma? Eu pressinto o que a tua consciência quer de verdade, tenho algumas alusões do que agrada ela, vejo a sua euforia pelo que te agrada, me parece que você se encontrou na vida, está plenamente satisfeita. Vai, conte-nos um pouco de você se é que te agrada fazer isto, o que te deixa feliz de verdade? Eu me sinto mal perto de você, não tenho os mesmos sentimentos e nem busco as mesmas coisas. Quer saber, não precisa mais me contar quem é a tua consciência de verdade, melhor mesmo é que fique para lá e eu para cá, cada um vive como quer e não precisa me contar.
Por Zeca