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Pintar em si um novo quadro

Entre as cores da aquarela não se viu sua cor, pálida, antes fosse transparente, desbotou-se com o tempo, nada atemporal, um tempo perdido que se foi com suas cores. A sua própria mão lhe trouxe os traços da imperfeição, um sublinhado esfumaçado como o corpo de uma fênix que não sobreviveu das cinzas. A responsabilidade é de cada um, de tornar-se um artista único, reconhecido por ser uma obra prima, não se torna arte se não trouxer à tona a vida, é preciso espelhar o sentimento de estar vivo, não somente por movimentar-se, mas por movimentar os planos dentro do campo consciência, mortificando o que aos olhos nus é vivo e vivificando o que deixaram mortificado dentro de suas almas. Pintar em si um novo quadro, sair do quadrado, ampliar seu espaço, sair deste espaço aparentemente infinito, atravessar o infinito, se precisar dê um grito para libertar-se! Traga para si as cores da vida, aquarele-se com o branco da paz, com o verde da esperança, com o amarelo da riqueza sabedoria, com o azul do infinito céu, descanse seu pincel nas águas puras.

Faça das cores primárias uma mistura que tragam as cores secundárias que remetem o renovo, trazendo para si a verdadeira mudança, a transformação da alma. Alternar suas cores é fundamental, trazer novas paisagens, onde os pássaros livres trafegam no céu, onde as águas do riacho descem paralelamente às matas junto às árvores frutíferas. É assim que se deve metaforar o quadro da vida, com uma pintura nítida, que transmite a serenidade do ser único e verdadeiro, do ser que nos dá a vida, que segura em nossas mãos e nos dita o que pintar nesta tela que se chama alma.

Por Patrícia Campos