Num tempo remoto, se inspira a vida onde sua luz resplandece de forma natural, entre um choro sentido inconsciente e um choro sentido na alma. Vem para a luz! Conclama o céu, e assim os suspiros se tornam constantes até que um dia silencie. Mas enquanto este silêncio não vem, a fala da vida é dita por tantos detalhes, porém os ouvidos embutidos e ocultos não parecem ouvi-la, mas o peito carrega em si o tom sincrônico em percussão, é ela quem dita o metrônomo e o tempo parece não existir mesmo sendo contado. E um dia a vida se vai dentro deste tempo, porque ela está no seu lugar eterno e não se atenta ao que de fato não existe, o tempo, mas está com a sua mão estendida para levar consigo a alma que se fizer uma com ela. Quem quer ter a vida? Quem quer ser a vida? Um dia nascemos aqui neste lugar efêmero, e um dia sairemos daqui, mas a vida permanece em seu plano, eterno, e àquele que se fizer parte com a vida, será a sua outra metade, porque somos o espelho que reflete a vida, e sem ela seremos apenas metade que se parte, e fica sem sua parte. Por outro lado, se nos encaixarmos de uma forma acomodada em simetria, confortavelmente, ganhamos de fato a vida, que já havia sido nos dada desde sempre, mas que a agarramos para nunca mais nos deixar, desta forma podemos dizer que se nasce uma vida, porém agora por toda a eternidade, nasceu uma alma no céu, a alma que espelha a vida.
Por Patrícia Campos
Tema sugerido por Régis