Um universo inverso, o meu inverso, com rima e verso, foi assim que li minha poesia interna, minha órbita não se alinhava a nenhuma outra, mas sempre mantinha-me no mesmo lugar, minha cabeça em rotação e meu coração em translação, a lua querendo distrair-me e a constelação desenhava meu universo com sua luz difusa predominante. Todas as manhãs são iluminadas, o astro Sol se apresenta sutilmente e sua humildade irradia, mas por muito tempo eu não o via nem sentia o seu calor queimar meu âmago. Eu era tal qual os planetas que só circulam em movimento, mas não me sentia viva, era só matéria em forma de gente, ausente, sustentada pela vida. Mas um dia o astro do meu universo clareou meu campo e me trouxe a esperança de um tempo infinito o qual não serão contados meus dias e as noites nunca mais me achegarão, a lua não terá mais seu poder, porque ela é como o encantador de serpentes. Hoje Sua luz própria reflete no meu mar, e mesmo que seja dia, esta estrela brilha e ocupa toda minha expansão de águas, as quais me foram derramadas, preenchendo-me de tantas alegrias. Minha estrela guia que move minhas mãos e faz meus pés andarem flutuantes em estradas eternas. O astro do meu universo me reiniciou, dando um start na minha alma, me fazendo enxergar que sou campo e que sua semente quer me fazer brilhar por toda a eternidade e que somente pela minha concepção me fará luz perpétua e me tornarei parte do corpo deste Astro que se chama Deus.
Por Patrícia Campos