Uma linha tênue, desconhecidos entre si, foi o precipício que engoliu ou o véu quem afogara? Enquanto caía, o véu permanecia no ventre dos errantes, quem imaginaria que a dor causada pelo medo de ruir, seria devorada pelas vozes torturantes? Por mais belo que pareça, a queda livre é faminta por seu corpo ao chão, e por isso o desespero é tão lido em um sorriso que não vem do coração. Seu caminho traçado para si era o caminho desfilado para o altar, mas a doce realidade afogou seus pensamentos, quando era o fim da linha que estava a esperar, o precipício e o véu, quem poderia imaginar? Temem o que não há para temer, e fogem do que não tem que fugir, o céu ruidoso já cansou de despencar, deixe a terra à deriva para ver onde vai dar. A mulher solar não se encontra nos corações, são fracos e frágeis como cacos ao chão, quem espera demais do mundo sufoca com sua esperança, e a vida acenando de perto é esquecida nos vales sombrios, fracos, frágeis, frios, um tom triste, uma voz fraca, um peito vazio.
Preenche-se de nada, como uma árvore oca, sem cor, sem vida, louca, esquece do azeite em sua candeia e assim passa seu dia em trevas que foram absortas. O precipício e o véu, a aliança e a queda, um casamento com a morte, um laço que quebra. A beleza não mora muito longe de tudo isto, o que é feio se aloja apenas na beira da loucura, enquanto tudo o que rodeia é claro como o raiar da manhã, por isso surgem as incógnitas infinitas. Por que beirar o abismo? Por que não firmar os pés em terra firme? Por que anda em corda bamba? Porquês infindos, sem fundamento e sem resposta, não há lógica ou razão, raso como uma pequena poça de água, sem profundidade, sem imensidão, pois não conhece a verdadeira história por trás do véu de seu coração.
Por Luiza Campos