Deixou um gosto amargo, em tons acinzentados, laços quebrados, histórias paradas, o passado assombra as lágrimas, e sua sombra desbota sua mágoa. Na estante da alma os retratos não são falados, são mudos, talvez calados para que sua voz não ecoe e traga dor. Um espaço vazio dentro do limite do tempo que corta o embargar do peito que sofre no silêncio do próprio tom ecoado no imo. Põe para fora, ecoe suas dores, para que ao menos liberte-se da dor que dilacera seu peito, liberte-se do cárcere interno que atormenta os pensamentos embaralhados, liberte-se da confusão mental que grita e não cessa. Um eco que ecoa dentro de cada um, mas poucos ouvidos tem a sensibilidade para ouvir o som do seu batucar.
A vida passou e você nem notou, não viu que ela se foi, e agora em seu vazio eterno o que há de fazer sem um corpo para movimentar e se manifestar? Você sabia que este teu corpo carnal iria morrer e não pôde reverter isto há tempo, como pôde dar tanto valor ao que era efêmero? As mágoas carregadas pelo seu coração pesaram e você não percebeu, e agora como fazer a reversão? O tempo se torna escasso, tudo é passageiro, não perca a vida em vida, busque-a enquanto a tem, pois chegará uma hora que não terá mais tempo e no fim do relento as lembranças irão te atormentar pela eterna escuridão, sem luz para a salvação, seus olhos se tornarão secos te tanto chorar por ter a vida nas mãos e a ela abandonar. E agora o que fazer, se até o tempo parou de correr? Não há mais o que fazer, só lamentar e sentir os insuportáveis ais de um vazio eterno, onde o tom será de eterna escuridão, pensamentos que magoam só de pensar, que teve todo um tempo para do caminho mudar, mas preferiu o tom cinzento para eternamente se magoar e agora é só se conformar com o vazio da solidão eterna, pois a lei da semeadura é certa e esta é a sua colheita, pois foi isso que a tua consciência plantou.
Por todos os irmãos