Com seu terno, incha o peito e grita por atenção: “sou melhor e exijo respeito! Tenho diploma e “deus” como companheiro. Siga-me para se tornar um grande guerreiro. Entregue-me seu dinheiro para que Deus veja sua confiança nele. Venha para a igreja e traga sua família. A mudança está prestes a acontecer, basta eu te convencer.” A cada esquina, ouvem-se esses discursos e a cada quadra encontra-se um grupo seguindo esses falsos pastores. Quando anunciam que a transformação em sua vida vai acontecer, todos correm para ver, um simples teatro basta para convencer que determinada igreja pode melhorar sua vida. Quando você expressa seu desejo, a resposta é sempre: “pague para ver e o milagre acontecerá.” O tempo passa, e seu sonho não se realiza, você procura o pastor, e a resposta é clara: “sua fé foi pouca e sua oferta não foi suficiente. Deus precisa que você confie mais nele, doe mais do que você pode e certamente Jesus fará acontecer.” O cego, então, obedece e faz o que lhe foi dito.
A soberba de quem está no palco faz com que todos acreditem nesses palestrantes, tudo o que é ordenado, as ovelhas fazem sem hesitar. Quando alguém ousa trazer a verdade para esse ambiente, logo o pastor decreta: “este é do diabo e nele não podemos acreditar, vamos expulsar esse demônio e ouvir o testemunho de alguém sobre o milagre que Jesus fez em sua vida.” O engano domina as consciências, esses pastores manipulam as pessoas como ninguém. Quando ouço uma criança falar, suas palavras são limpas, sem malícia no olhar, mas ao ouvir um adulto é possível sentir o interesse oculto por trás das palavras e perceber a maldade em seu olhar, buscando benefício próprio. Vivemos em um mundo perdido, sem espaço para um diálogo verdadeiro, eu gosto de conversar sobre a vida com novas pessoas, porém, quando falo, ninguém escuta, dizem que a vida não tem sentido e que preferem viver dessa maneira, afirmam que a saída é acreditar em qualquer “deus” para continuar, a mentira tornou-se mais prazerosa que a verdade. Nesse mundo, o ser humano já se perdeu, o que resta é a reflexão sobre a existência dessa criação que se auto destrói.
Por Luiz Gustavo