Dois pontos de partida, eles se encontram no mesmo lugar, porém um segue o caminho da direita, o da vida e o outro da esquerda, o caminho que leva-o ao nada. Assim que se dá o primeiro passo já se divergem, de um lado seu rumo segue-se ao céu e do outro seus passos em falso se encontram no vazio, um se alcança a vida, o outro não a alcançará. São opostos e a cada passo dado a distância entre eles aumentam, discordam em qualquer questão, não se cumprimentam, não se dão as mãos. É como a água e o óleo, não há mistura, não há união. Assim é o céu e a terra, a vida e a morte, o amor e o ódio, o rancor e o perdão, assim é o espírito e a matéria, não há concordância, a divergência é nítida por se tratarem da oposição.
Caminham em direções opostas, e não há como manter-se na linha do meio, porque ela não existe, é direita ou esquerda, para cima ou para baixo, para o norte ou para o sul. Ouvi dizer que o fim justifica os meios e isto é real, os pés indicam onde querem chegar, porque a boca pode até dizer uma coisa, mas os pés são quem comandam o corpo, os pés simbolizam a base, e se a base da consciência for a matéria, um dia o fim justificará sua base, porque ela será como os grãos da ampulheta que se cessam e se deitam, mas àquele que fizer do espírito a sua base, servirá de coluna para levantar toda uma nação celestial. O que não pode divergir é a consciência do espírito, porque eles podem se tornar um, um corpo com duas pernas onde facilitam a caminhada.
Por Patrícia Campos Sugerido por Loir