Veio da alma, cantou arte em palavras, traçou o que sentia, sem medo do que viria, pois sabia, no fundo tudo fluía, ao lado da inspiração que corre pelos vales da relva, alcançam os olhos sedentos por poesia e se desenrola, transformando-se na tez da vida. Pincel acompanha o riacho, deságua em cachoeira viva, e tudo o que enxerga e tem em mãos são traços naturais, que se completam e se refazem a todo momento, e o que dantes parecia belo, com o tempo se aperfeiçoa, e mais uma vez encanta os olhos que acharam que de tudo já viram, mas a cada dia surpreendem-se, nunca se acostumam. Um dia infinito, no outro carmim, um dia lindo, no outro explosões sem fim, um dia perfeito, no outro inalcançável, são traços incríveis e quem os desenharam é preciso como a água que tanto bateu e furou a pedra.
Em meio a tudo o que tenho diante meus olhos, como poderia negar a grandiosidade em que me encontro? Seria como negar toda beleza que presencio, tanto no que é palpável, quanto em minha alma, que apenas meu coração alcança, mas que se encanta, se enlaça e não explica, és belo, como a perfeita tela da vida, cada traço em seu lugar, sabedoria infinda, poderia cavar, cavar, que não encontraria fundo, poderia voar, voar, que não encontraria teto, poderia nadar, nadar, que não encontraria queda, poderia viver, viver, que não veria fim, pois é assim que são as belezas do anjo serafim, e quem a ele se entrega nunca se esquece do que é viver, pois é vida, e ele nunca deixa de ser.
Por Luiza Campos
Tema sugerido por Lucinha