Melhor largar de mim, deste eu que reconheço no espelho do banheiro, ele me leva ao fim, por ele sinto desespero. Um eu morto vivificado pelo meu eu eterno, preciso nele pôr um ponto antes que eu visite o inferno. A pior companhia é o seu eu efêmero o qual te ilude por todo este caminho, identificado por um gênero, flor adornada de espinho. Que eu silencie suas falas porque não me trazem compreensão, sua bagagem carrega apenas tralhas as quais se comporta o coração. Quem entende tais comparações a ponto de recortar suas próprias fotos? Tirar deste contexto suas limitações e não se encaixar em tantos rótulos. Antes uma mente só do que mal acompanhada, andar com o que fenece vira pó e ainda esvanece na estrada. Todos julgam que a má companhia está ao lado de fora, mas de fato uma consciência vazia é o que lhe traz a derrota e então se denota a perda quando não se anda com a vida, porque àquele que lhe habita de toda maneira é a sua melhor companhia. Mas quem quer andar com seu eu eterno e abandonar o que o espelho reflete? Só àquele que enxerga seu interno liberta a alma e o pó em si impede, impede de manifestar porque ele é apenas pó e senão dominar seus limites, ilimitadamente ficarás eternamente só. Não se perca por tão pouco, não acompanhe o que é fugaz, ande com a sobriedade e não se engane, só assim se encontrarás um dia em paz.
Patrícia Campos
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