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Três dias

Um tanto extraordinário
Pude ver o inimaginável
Oceano muito maior que o aquário
Alcançar o inalcançável

O gosto doce do saber
Saborear a descoberta
Prato vivaz do querer
Esbanja banquete nas trevas

Onde o sol conhece a terra
Os raios tocam a tez
Espelho reflete as celas
Sente vontade de ser

Os raios colidem com os limites
Chegou a hora de derreter
Num instante, como um clique
Quis renascer, transcender

Dois laços
Duas histórias
Apagar os traços
Construir nova aurora

Aos poucos a flor murcha
Rosa desbota, perde as pétalas
Enruga, perde o brio, encurva
Precisa cair para nascer mais bela

Alianças que se quebram
Fôlego escasso no temporal
Vozes que se calam
Nova história, outra moral

Toca o infinito com as pontas dos dedos
Dizendo um breve adeus
Para que abra os olhos sem medos
Longe da dor e de todo breu

Três lutas cravadas
Entender, morrer e brotar
Significado da páscoa
O ciclo que não para de girar

Deixar que escorra a dor
Primeiro momento com a vida
Que o ar adentre e preencha de cor
Toques sutis de pura sabedoria

Engatinha pelos novos caminhos
Conhece outros cantos
Dança com a valsa dos passarinhos
Esplendoroso, grande encanto

Em três dias metamorfoseou
O que pode ser uma vida se encerrou
Curso vivo que se findou
História dos rastros que deixou

Um dia se passou em quatro estrofes curtas
De verso em verso formaram-se os anos
Na verdade, cabemos em poucas frases soltas
Entretanto, quem passa por esse processo não passará a eternidade com a presença da dor ou do pranto

Por ter alcançado a eternidade
Eternizou-se com a grandiosidade
Nas asas da paz e nos olhos da liberdade
És a pura sincronia da simplcidade

Por Luiza Campos

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