Eu queria morar numa casinha de sapê no meio do nada, só eu e Deus e uma chuva forte lá fora, não queria fazer absolutamente nada, só apreciar todas as maravilhas que Deus criou para o Seu beneplácito. Queria ser como um aprendiz da sabedoria de Deus e estudar todos os seus feitos e as obras mais antigas, queria também tentar estudar as consciências e ver o porquê não deu certo como Deus previu. Foi tudo tão perfeito, tão lindo, uma obra de um destro escritor, tudo exatamente no seu devido lugar, mas ao produzir a consciência ela se desviou do caminho do Senhor e foi atrás do que não podia e pôs tudo a perder. Uma obra tão grande, tão maravilhosa, tão perfeita, tão esquadrejada e a consciência pôs tudo ao chão. Não sei se a decepção é uma palavra que cabe a Deus, mas eu estou estarrecido com o que aconteceu, queria me afastar de tudo e de todos, ficar isolado, ficar sozinho numa casinha de sapê no meio do nada. Não ter mais nenhum contato com ninguém deste mundo, sem nenhum meio de comunicação até o meu último dia neste mundo. Sabe quando o contato fere a nossa alma e você quer se distanciar dele, é assim que eu me sinto neste mundo, nenhuma consciência, nenhuma sequer que eu possa conversar e não sentir o mal instalado dentro dela, já são produzidas inclinadas a perdição, nem dá tempo de fazer nada, uma boca para construir e um milhão de bocas para destruir.
Eu sempre imaginei um caminho de flores, céu aberto e consciências passando por ele, mas o que vemos, consciências depressivas, lascivas, iradas, avarentas, soberbas, arrogantes, presunçosas, nariz empinado, não vemos nenhuma consciência olhos baixos, humildes, simples, semelhantes com o olho na vida eterna. Não, não tem como se juntar a estas gentes, elas pensam que o propósito da vida é uma brincadeira, apenas um faz de contas de horas marcadas. Nenhuma consciência humana leva a sério o propósito da vida, mas fala em Deus como um escape dos seus infortúnios, como quando não consegue o que quer diz que é a vontade de Deus para se confortar em suas misérias. Até que eu tento incentivá-las no caminho da vida dizendo para não se preocuparem com esta vida carnal, mas não tem jeito, elas não querem só o básico, mas só vão atrás das coisas supérfluas, daí não tem jeito, andam em um caminho libertino, fazem o que querem na carne dizendo que é espiritual por conveniência, e eu fico aqui como o bobo da corte, fazendo o papel de palhaço achando que tem alguém interessado no propósito de Deus. Sei que fazem muitas coisas por debaixo do pano julgando que Deus não está vendo, mas se escondendo de mim, não queria ter mais contato com ninguém que feriu a dignidade do espírito de Deus, isto me dói na alma e não tem cura.
Por O teu espírito diz