Constrói seu castelinho de areia na beira do mar, quanto mais se esforça, mais as ondas vêm para derrubar, sua mente é inundada pelas guerras que insistem em travar, entretanto, sempre se encontra no mesmo lugar. Uma criança vazia que se preenche de ilusão, história infundada que busca validação, do quê ou de quem ninguém sabe, mas floresce apenas sorrisos pela metade, sentimentos quase verdadeiros, mas o quase desaba o castelinho por inteiro. Vive na beira de si mesmo, sempre buscando a felicidade em lugares que ela não nasce, mas insiste, insiste tanto que acaba tornando-se covarde por não buscar em outros lugares, o desconhecido assusta, mas ele é a saída deste ciclo de autodestruição, e para estas feridas abertas, a cura. Do que adianta lutar se a derrota é iminente? Mas como os tolos dizem, a esperança é a última que morre, mesmo que ela já tenha deixado este barco há muito tempo. Os olhos já caídos, a tristeza bate à porta, por que continuar?
Esta é a pergunta que até o céu se faz, dizem que isto é humano, tentar, tentar e tentar, mas até quando? Isto seria irracional, ver que areia não sustenta seus sonhos, e repetir o ato fadado ao fracasso, uma luta em vão, um juramento quebrado, que se quebra todos os dias, a todo momento, enquanto vai e vêm com as ondas e com o vento, não sustenta um peso mortal, sua alma é passarinho e um dia vai voar para longe deste mal, mas se a gaiola não for aberta antes do fim, ficará para sempre nestas barreiras mentais, presa com a vontade de ser, mas sem poder, um passarinho sem asas, sem céu, sem terra, sem casa. Faltava apenas a bandeira, apenas a bandeira para terminar o castelo de areia, mas quando olhou para o lado, as angústias, o medo e as mágoas afogaram o que restava de sua centelha.
Por Luiza
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