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A lei não tem coração

Por muito tempo achou que algo havia de errado, como pode o céu não entender que há pecado? Por muito tempo culpou o tempo por passar tão rápido, como pode o tempo não entender que vivo ocupado? Por muito tempo culpou os rastros, como podem contar uma história que não desenhei em meus traços? Por muito tempo culpou o mundo, e talvez até a si mesmo, porque nunca percebera que sua intuição era tão errônea quanto seu entendimento, cantava o tom de Sol, mas sua alma vivia em Dó, como um solo pecaminoso, uma plantação sem luz.

Por muito tempo não enxergou, que tudo a sua volta estava nas escrituras do Senhor, por muito tempo não entendeu, que o tempo era a chance que o Céu resolveu lhe dar, por muito tempo, e quando digo muito tempo foi até o fim de sua vida, não percebeu, e não percebeu até não haver saída, que talvez, ou certamente, seus passos podem ser puros, mas se no caminho errado não dará bons resultados, pois a lei não tem coração, ela não se importa de como andam suas imaginações, suas vontades, seus desejos, ela não se importa de como se vê, o que quer ver, e o que procura ser, ela se importa sim, com o que lhe foi predestinado, sua profecia é quase como ver o futuro, mas muito bem calculado. Os céus desenharam a vida, e se a ela não for, não haverá uma boa sina, o anjo clamou a luz, e se ela não ter viverá em suas ruínas, simples, não simplista, mas simples, que encanta até mesmo os olhos das crianças, mas espanta quem possui um peito mundano, esta é a lei, tão pura, por não haver intenção, cumpre com o que lhe foi inquirido, e não foge de sua obrigação, pois todos sabem que a lei, de verdade, não possui coração.

Por Luiza Campos