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De provas em provas

Provei do gosto amargo de fel, engoli o que me fazia mal, minha esperança era ter à boca o doce do mel, mas onde estavam seus favos? Minhas buscas eram vazias e meu estômago roncava feito um carro velho, não eram as borboletas que ali habitavam, mas o som dos soluços era nítido como uma melodia. Quantas provas de amor o céu me trazia, e quantas provas de dor vivenciei por ser tola. Entre provas distintas minhas notas eram sempre baixas e eu não passava pela porta estreita que à minha frente estava fechada, com a chave por dentro, assim como se diz uma canção, uma tola de fora perdida no tempo. Provei e não gostei, fui provada e não fui aprovada. Me vi em um tornado dentro de um alambique, quem sabe saía algo de bom de mim, a esperança não é a última que morre porque ela segue viva, ela é o sinônimo da minha resiliência. Não há outra forma de se tornar puro senão pelo fogo, ele queima, arde, mas ele renova, trazendo das cinzas a fênix da liberdade. São pontos que devem ser refletidos em si mesmo, porque só se torna puro àquele que deseja ser. Quem já provou da dor tem o direito de provar do amor, mas tem que buscá-lo assim como os favos, para que se prove o mel, caso contrário será o amargo o único gosto que será provado, privando a alma de saborear a insípida água que lava seu imo, e mesmo a desejando deixa a desejar se não matar a sede do saber. A prova é aplicada para saber o quanto se sabe, o quanto se vive e o quanto que se quer viver.

Por Patrícia Campos