Os ventos tocam sua face, a luz do sol ilumina sua visão, a chuva acalma seu peito, mas seu olhar se fixa apenas nos defeitos. Quando o sol surge para trazer vitamina a todos os seres vivos, você reclama que está calor demais, quando o vento sopra para refrescar o dia, você reclama que ele bagunça seu cabelo, e quando a chuva vem para aliviar o calor e nutrir as plantações, você reclama por não poder sair. Quem vive no campo enxerga a beleza da vida e a sente diariamente, ao olhar para sua plantação, vê o verde vibrante que reflete o cuidado e a saúde das plantas. Quando chove, alegra-se com cada gota que cai, quando faz sol, percebe as plantas se alimentando de cada raio solar. Mesmo que parte dessa alegria esteja ligada ao dinheiro que a colheita renderá, há muitos que plantam para seu próprio sustento, esses, sim, contemplam as ondas dos campos que dançam ao vento, afastados do mundo, longe da ganância, sua vida é tranquila. Já as pessoas da cidade raramente enxergam o verde da natureza, tudo se tornou artificial, as gramas, as plantas, até mesmo as relações humanas.
Todos estão focados neste mundo, buscando ser melhores para si mesmos, muitas vezes às custas dos outros. Buscam salvação através de cultos e adoração, mas a verdadeira salvação está em enxergar a beleza que existe dentro de si, a grandiosidade da própria consciência que é capaz de discernir tudo a sua volta, um coração que bombeia o sangue para todo o corpo e um espírito que lhe dá a vida. Toda essa complexidade existe para um único propósito, conduzir o ser humano na conclusão de sua etapa neste mundo e chegar à etapa de ser espiritual, mas quem enxerga tamanha beleza na vida?
Por Luiz Gustavo